domingo, junho 25, 2006

Disponibilidade

Não interessa o nome, nem o poder.

Jeitosinho, bem posicionado, pequenino e razoavelzinho

Alguém consegue ver um noticiário, sem pensar na quantidade de aldrabões que um país tão jeitosinho, bem posicionado, pequenino e razoavelzinho como Portugal tem?
Já ninguém gama pastilhas no supermercado, leva um sermão e aprende para a vida.
Há de tudo, não um pouco, mas cada vez mais.
Eu continuo a andar sossegada nas ruas, sem a paranóia de me preocupar com o registo criminal de quem anda ao meu lado. Mas começo a pensar que isso faz de mim uma vítima com o perfil ideal.

Reflexos

I know,
The past will catch you up as you run faster
I know...

sábado, junho 24, 2006

Reflexos

Carinho é carinho. Há carinho e carinho. E nós estamos constantemente a confundir as coisas.

Retido

Não há nada mais importante que dormir quando se tem sono.

What a wonderful world

Não acham demasiado estranho que, num mundo tão grande como o nosso, a maior parte de nós se resigne ao espaço onde nasceu, a viver com os pais e a família que nunca pôde escolher, a fazer o que é esperado e normal... se resigne à esperança de encontrar o amor da sua vida a poucos kms de casa?
Com tantas pessoas no mundo. Com tantos milhões de kms por percorrer... Com tudo por conhecer e saber... Porque é que esperamos e, tantas vezes nos orgulhamos, de esperar sermos felizes por aqui?
Que tal ir construir a tal cerca branca longe daqui? As probabilidades do-que-quer-que-seja são as mesmas.

A minha experiência na Blogosfera

Hoje sei que criar um blog foi das coisas mais estúpidas que fiz conscientemente. Tudo o que eu escrevo aqui pode ser usado contra mim, não passa uma boa imagem daquilo que sou, tão pouco uma imagem real... Há quem se ache muito e pense que tudo o que aqui vai está relacionado consigo.

Acho que todos os momentos em que nos sentamos em frente ao computador e temos aquele pensamento "ora vamos lá ver o que é que sai", são momentos de merda emocional. Andamos todos perdidos... um blog não é nada, não existe, não faz sentido. Ninguém dá valor ao que de mais importante escrevemos e, quando dão, nunca deveriam ter dado, porque não é para dar valor. Tudo o que escrevemos ao teclado vai sempre ficar a faltar em alguém, a maior parte das vezes, em nós.

Os blogs são como o Wrestling e eu não tenho palavras para o descrever.

Os blogs moldam a cabeça das pessoas contra nós. É como se nós escolhessemos não nos darmos com as pessoas que lêem o nosso blog, mas, ainda assim, insistissemos em atolar-lhes a cabeça com informação indesejada sobre nós. Nós não somos personagens de um blog.

Sinto-me a Merche Romero da blogosfera, só que morena e com mais celulite (mas menos rugas numeradas): meti-me nas bocas do mundo, mas estou muito surpreendida com a proporção que tudo isto tomou.

Sou completamente contra blogs que possam ser lidos por outras pessoas, incluindo os próprios autores. Blogocídio já, por favor.

sexta-feira, junho 23, 2006

Meu amor,

Como é que eu podia saber? Queria poder dividir a nossa história em mil momentos feitos de 5 segundos e, com eles, fazer uma bola de filme com as mãos... Deitar-me-ia de costas para baixo, no cimo de um monte qualquer e faria pontaria com um só olho... esticaria os meus braços bem ao alto e, abrindo-os, desenharia o céu das nossas noites. Acredito que me fosse doer cada quinteto de irrealidade, ali parado à minha frente... mas ia tentar estar bem atenta, para poder descobrir qual foi o 1/5 de tempo determinante...
Meu amor, não vou poder ficar sem ti para sempre, pois não...? Terei sentir até lá? Posso ter no caminho todos os segundos de muitos anos para parar... mas sei que posso voltar atrás, em corpo ou em sonho, e hei-de localizar a última gota de tempo útil que caiu...
Até lá, meu amor, não poderei nunca sentir menos saudades, não vou poder andar para a frente sem andar também para trás. Cada dia tenho mais caminho para fazer de volta a casa.
Como é que eu podia saber que valia a pena lutar?

domingo, junho 18, 2006

Vida de gata

O meu pai sempre me disse: "Há animais mais espertos que os donos".

Doce Nada

Não há nada a dizer, só a fazer. Há tudo por fazer.
Where were you when I was lonesome?
Locked away with freezing cold
Someone flying only stolen
I can't tell this light so old
I don't want to swim the ocean
I don't want to fight the tide
I don't want to swim forever
When it's cold I'd like to die
What was that my sweet sweet nothing?
I can't hear you through the fog
If I holler let me go
If I falter let me know

Retido

Há mil e uma formas de uma pessoa se vender e não tem de ser necessariamente a troco de dinheiro.

sábado, junho 10, 2006

Reflexos

Prefácio por Diana-Who, a estrela de cinema que há em mim
A vida é mesmo um grande filme, melhor e pior do que todos os que podemos escolher ver. Por cá, o meu vilão é a vilã que me torno quando cada take começa. Por cá, não há talento, não há beleza, não há amor, nem destino fatal. Ainda assim, o argumento é previsível demais.
Todos os meus argumentos são cliché demais. Foto, por favor.
Tenho algumas questões com a realidade por resolver. Há pessoas que me fazem esquecer o sítio onde pessoas como eu devem assentar os pés. Além de não ser muito correcto dar muita conversa a pessoas como eu, porque a conversa irá com toda a certeza perder sentido no tempo perdido no Tempo, convém não a canalizar para temas filosóficos. Há gente que não está preparada para este espectáculo deprimente e, outras, apenas têm mais que fazer.
Deprimir. Confundir. Ressentir. Projectar. Magoar. Insistir. FUGIR.
Contrariar. Simplificar. Rejeitar. Progredir. Sentir. Desabafar. LUTAR.
Algo do género, mais ou menos confuso. Não há como fugir daquilo que somos, não há como lutar contra aquilo que somos. Valha-me tantas vezes simplesmente não me reconhecer...
Vou a caminho de casa... do jardim... e da cerca branca... e provavelmente chegarei lá sozinha...
O esquecer tem algo de belo...
... é o pôr-do-sol das recordações
... a... d e s v a n e c e r . . .

terça-feira, junho 06, 2006

Coisas que deviam acontecer aos gajos por cada vez que coçam os tomates em público

  • Cair-lhes um tecido (conjunto de células);
  • Ouvir-se um acorde do "Dunas" bem alto, ao estilo megafone;
  • As calças e a roupa interior tornarem-se invisíveis;
  • Perder 5 €;
  • Ficarem 1 cm mais baixos;
  • Terem uma dor equivalente a uma bolada nos ditos cujos;
  • A gaja em quem estejam interessados aparecer instantaneamente no campo visual ao nível tomatal;
  • Os boxers transformarem-se em fio dental, em padrão zebra e em tamanho XS;
  • Ouvir-se palmas no fim.

Concurso: Legendas!

Já só faltam 4 gajos de jeito para que a Lei da Paridade faça algum sentido.

Pés

Prefácio de Adriana Oliveira, aka: a estagiária
Muitas pessoas consideram os pés como a zona mais desprezível que temos no corpo, eu, pessoalmente, considero outras piores. Outras pessoas têm fetiches sexuais com a zona, eu, pessoalmente, tenho com outras. Bonitos ou feios, bem ou mal cheirosos, eles estão lá. Será que vale a pena conhecê-los mais a fundo?

Facto: Nunca tive nada contra pés.

Ninguém conhece verdadeiramente os próprios pés. Quer dizer, nós conhecemo-los... sabemos os seus contornos, reconhecê-los-íamos entre os restantes e, julgo eu, desenhá-los-íamos com suficiente facilidade.
A minha teoria é que os nossos pés são-nos de tal forma familiares, que isso enviesa a nossa forma de pensar sobre os próprios pés. Sim, eu acho que nas favelas do nosso pensamento, um desses hexágonos se dedica a full time à imagem que temos dos nossos pés.
Neste sentido, julgo que estamos demasiado apaixonados visualmente pelos nossos pés, para podermos, por exemplo, avaliar se temos ou não uns pés bem feitos, com dedos proporcionais e, de uma forma geral, normais.
Com isto quero concluir o seguinte: eu bem posso não ter nada contra pés, por achar (por familiarização) que não há nada de errado com os meus. A verdade é que, durante todos estes 23 anos em que olhei para os meus pés, com razoável carinho e simpatia, provavelmente andei iludida. Se em 23 anos apenas uma pessoa mos elogiou, muitas mais relacionaram os meus pés com expressões como "sapudos" e "dedos gordos".
Já arrependida de vos ter dado toda esta visão sobre os meus pés, incentivo-vos a dar uma olhada imparcial, directa e sincera a essas duas coisas esquisitas que aí estão a suportar o corpo que vestem.

Nota: hoje comprei 3 pares de sandálias.

segunda-feira, junho 05, 2006

R & S

Prefácio por Adriana Oliveira, de novo com um motivo para viver
Todos passamos por momentos na vida em que procuramos "the special one"; se não soubermos falar inglês, aí procuramos algo especial, procuramos um próximo que nos faça sentir "superiores". Será que o The One é algo único ou é simplesmente algo que não foi explorado e para sempre nos prende a imaginação? Diana Magalhães explora estas noções, ou noções mais ou menos parecidas...
Talvez estejamos perante o Recrutamento e Selecção das nossas vidas.
Anúncio:
Não sei... às vezes sinto-me simplesmente sozinha de mais... sinto que está na altura de ter alguém ao meu lado... Parece que toda a gente tem alguém, menos eu...
Eu preciso de alguém que me saiba entrar nos pensamentos, que não me dê menos atenção do que a que julgo merecer e que saiba parar os meus filmes de uma forma inteligente...
Recrutamento:
Não há nada que me meta mais nojo do que o cafézinho da praxe. Ultimamente, é só nojo.
Conversas de bêbedos só me dizem algo, na medida em que fico a saber o que não devo valorizar na manhã seguinte.
Gosto do acaso. Não há forma mais saborosa de encontrar o que se procura.
Selecção:
- Tu gostas dele?
- Quando estou com ele é fixe, mas...
- Tu gostas dele?
- Ele simplesmente não sabe quem eu sou...
- Tu gostas dele?
- Eu sei lá o que ele faz por lá...
- Tu gostas dele?
- Gosto, mas...
Os nossos amigos seleccionam por nós. A proximidade selecciona por nós. As fatalidades seleccionam por nós. O destino poderá seleccionar por nós. O álcool escolhe por nós. O tempo escolhe por nós. O Amorrr vai escolher por nós. O medo escolhe por nós.
A recusa:
Eu não posso estar contigo, eu não consigo.
Neste momento, não quero estar com ninguém.
És oferecido, agressivo e a tua atitude não me poderia afastar mais.
Um amigo não é um namorado. Gostamos mais de quem está mais perto. Quando estamos tristes e carentes, achamos que temos menos a perder. Pode-se fugir ao tal destino? O dia e a sobriedade mostram-nos sempre alguém mais frio e menos especial (à luz, não vai existir nada). Às vezes, é tarde demais. A perfeição do amor faz com que tudo possa correr mal. O medo faz todo o trabalho e tudo fica mais "fácil".
A Admissão:
Depende do contrato.
Começa-se naquela, passa-se 5 minutos com aquele-que-sempre-quisemos, troca-se um beijo ou dois com uma paixoneta, vê-se ao longe o nosso amor da adolescência, vamos ficando cada vez mais próximos de alguém por quem não nos sentimos minimamente atraídos, perdemos um ex-namorado e agora ele nem nos fala, livramo-nos do peso na consciência de ter um namoro, tomamos ocasionalmente café com um bom conversador.
Com qual é que vamos acabar?

domingo, junho 04, 2006

Gosto e não gosto

De ouvir e pensar, mais do que falar e fazer pensar (embora possa não parecer). Desta dor que tenho no lado direito do peito. De me sentar na terra, no chão, abraçada aos joelhos. Da tendência que tenho para afastar as pessoas de quem gosto muito. De todas as alturas em que vou, conduzida, num carro e estou suficientemente à vontade para poder ir em silêncio. De gente como eu. De natas do céu. De unhas partidas, lascadas ou roídas. Da primeira vez em que alguém me chama um nome diferente. De depender. Dos atenciosos. De chill out. De provocar. De favores. Que ele me fale ao ouvido, cara na cara. De reparar que estou a tentar puxar as atenções para mim. Da invisibilidade do anonimato. Da sensação de estar a perder um bom momento, por excesso de companhia. De tentar conversar com determinados desconhecidos. Dos filmes que faço. Dos sonhos em que conheço os meus filhos. Da minha auto-imagem.

sábado, junho 03, 2006

Reflexos

Um segundo depois de ter sentido o que era ter o homem que sempre quis, ela olhou para ele - quando ele não estava a olhar - e sentiu pena de si própria: nunca tinha sentido tanto nojo em toda a sua vida.
O que persiste terá de ter outro nome.

quinta-feira, junho 01, 2006

Infotografável

Para ti(que nunca vais ler isto)

Uma amiga minha casa-se depois de amanhã.

Coisas relacionadas com isto que me atormentam q.b.:
    • As certezas que ela tem;
    • A idade que ela tem;
    • A imaturidade que sinto para fazer o mesmo;
    • O jeito que ela teve para mobilar a casa;
    • As vezes que ela me disse "tu um dia também vais sentir o mesmo";
    • Remorsos por não poder ir ao casamento dela;
    • A imagem dela, ao fim do dia, a chorar.

As vezes que eu lhe disse, meses antes, "tens a certeza?", "como é que tens a certeza?","mas tens a certeza que tens a certeza do que vais fazer?", "o que é que te garante que é o passo certo?"... fazem-me sentir muito mal agora.

MUITAS FELICIDADES! Até dia 19...*


*esta foi das poucas vezes que senti mesmo o que estava a dizer.