"Coisas de Gajo": reforçar o que recriminam
Há muitos homens que se queixam das suas namoradas. Em particular, acusam-nas de os não deixarem em paz, de lhes telefonarem a toda a hora, de lhes controlarem as saídas e as companhias, de ficarem chateadas se eles saem com amigos e elas não são convidadas, de ficarem de trombas quando se fala de outra mulher, entre muitas outras queixas.
Tudo isto faz com que estes pobres jovens tão apaixonados tenham de ceder aos desejos e caprichos das suas caras-metades.
Mais do que se queixarem das chatas das suas namoradas, "é de gajo" permitir que tudo isto continue a acontecer nas suas vidas.
Há quem diga que eu sou muito radical quanto a este assunto. Outros apenas sublinham o facto de eu nunca ter lutado por nada na vida, nunca ter gostado de ninguém ou, simplesmente, não saber o que é fazer um sacrifício por algo maior.
Pois sim, seja.
Compactuar com a Hetero-Destruição é que não*.
* Esta tarde, enquanto perdia a noção do que é dianamente correcto, fiz zapping. Acabei por me sair muito bem, porque apanhei uma grande cena, num dos filmes que inudam os canais generalistas, aos domingos à tarde. Um gajo, que iria indubitavelmente apanhar uma carga de porrada de um grupo de gajos, antecipa-se aos seus agressores e começa a auto-fustigar-se: dá um murro num vidro de um carro e manda uma cabeçada num vidro de uma montra de uma loja. Em seguida, ensanguentado, cai, de cara, no chão. Fabuloso. Ele escolheu ser o agente da sua incontornável dor.
1 comments:
São eles a queixarem-se delas e elas a queixarem-se deles. Eu sou daquelas pessoas que acredita que o masoquismo é a base de qualquer relação supostamente amorosa.
Fora isso, nunca ter lutado por nada na vida ou não ter feito sacrifícios por "algo maior", pode é colocar as coisas em perspectiva, e merda p'ra quem quer que todos tenham a mesma.
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