"Balanços Finais" de Auto-Destruição
Não me lembro de 2005. Vai tanto lá atrás e estou tão cansada do tudo que já* não tenho, que prefiro pôr um só prato na balança. Porque não foi um ano bom, porque não foi um ano mau. Porque nada do que passou me faz querer recordar. Foram ganhos e perdas rápidas demais. Despedidas que não se fizeram como deviam. Deveres que foram mais brincadeiras, compromissos que não quis. Sentimentos saltados em busca de algo melhor. Por tédio. Por falta de certezas, por medo de arriscar. Vi-me perder qualidades pelo caminho. Assisti a todas as perdas sem sequer me querer mexer. Não vale a pena. As vezes que olho para mim de fora penso sempre que não sei o que é isto que me aguenta por dentro. A verdade é que, continuando a mesma cagarolas de sempre, sem nada para contar no dia seguinte, ainda tenho vontade de andar por cá. Acho que gosto de ver viver.
Eu simplesmente não me quero lembrar de 2005. Deixa ficar, deixa doer, vai sarar com certeza...
Queria tirar tudo da parede e rasgar momento a momento. A fotografia há-de ficar, para um dia eu dizer "Para que é que quiseste esta merda, Diana?!". Porque irei esquecer ou lembrar e, independentemente do que acontecer realmente, essa imagem não vai valer a pena.
Apetece-me tanto iniciar 2006 com uma ressaca brutal, como me apetece secar-me numa toalha molhada depois de um bom e longo banho quente.
Tornei-me n'Um Desenho Perfeito, Velho e Seco de Auto-Destruição.
Acho que vou beber a isso na noite de depois de amanhã...
* tenho muitas dúvidas sobre este já... mas, por ora, fica a intenção de uma redoma de parêntesis a segurar a palavra.
1 comments:
É como eu digo, "fingir" que s trata apenas do fim de umas dadas vinte e quatro horas e o início de outras e balançar só o dia a dia é q era bom.
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