sexta-feira, março 24, 2006

Mais inépcia emocional ou Como a Diana se vai afastando do Mundo de Cá

Eu não consigo esquecer nada. Naquela parte da vida mental em que deveríamos cruzar a informação que recolhemos à nossa volta com a memória ou o esquecimento, eu falho. Se tudo afecta todos de forma irreversível, tudo o que me acontece, marca-me e atrofia-me. É uma versão auto-destrutiva daquilo que é o remorso. Aconteceu, eu vou lembrar para sempre. Hei-de louvar da experiência o que esta teve de bom, e hei-de nunca esquecer os maus momentos. Sou incapaz de esquecer, o que inclui lembrar tudo, a todo o momento.

É olhar para pessoas queridas e não conseguir abstrair-me de todos os momentos em que, por mim, por elas, a minha alma doeu.

Sou incapaz de digerir o passado, ele está sempre comigo. A perfeição está quebrada, na minha cabeça. Daí fugir de tudo o que não consigo esquecer.

Rasgo as lembranças, afasto geograficamente as coisas e as pessoas que, por um motivo subtil ou flagrante, falharam. Coisas que só fazem sentido na minha cabeça.

Na doce vingança emocional que todos travamos uns com os outros, ganho todas as batalhas e fico sempre sozinha, no final.


Há uma nova estranheza em mim. E um nó na garganta, apertado ao limite do futuro.

4 comments:

Anonymous Anónimo said...

Não sou de falar "dianamente" e posso falhar a interpretação do que escreves, mas isto é o que eu penso. Em relação a ficar sempre sozinho no final, acontece-me muitas vezes o mesmo... mas lá no fundo, somos a unica pessoa com quem podemos contar, nós próprios.

25 março, 2006 11:43  
Blogger A said...

no fundo, és muito corajosa...

28 março, 2006 01:06  
Blogger A Mulher said...

Eu não sei que comentário foi esse, "A", mas ainda bem que acabou depressa...

29 março, 2006 23:23  
Blogger A said...

hehehe

30 março, 2006 01:51  

Enviar um comentário

<< Home