A depressão dos outros
No fundo, estou um bocado farta. Além do fundo, também estou um bocado farta. Tudo junto, estou mais do que um bocado farta.
Se eu sou depressiva, deveriam conhecer as pessoas à minha volta. E a culpa da sua depressão não pode ser minha, porque eu não ando propriamente a desperdiçar depressão por aí, como se ela não tivesse valor para mim. Além disso, o Mundo às vezes é mais do que um blog.
Se isto fosse o Big Brother, eu não era lá dentro como realmente sou cá fora. Não estaria a ser eu própria e não teria muito mais para mostrar, porque simplesmente não o mostraria à partida. Não sou frontal, mas a minha cara é. A verdade é que me farto de me disfarçar por este mundo fora, e não é isto que me faz sentir diferente das outras pessoas.
Eles já eram assim. Eles queixam-se mesmo antes de dizer o bom-dia da educação, lamentam-se por fazer aquilo, mas se lhes tiram aquilo, lamentam-se ainda mais. Se alguém faz aquilo que eles não querem fazer, ai que chatice, ai que chatice. Eles têm os olhos no chão o dia todo, se alguém fala para eles, tremem dos pés à cabeça. Não respondem ao que se lhes pergunta. A letra que desenham é ilegível, pelos nervos. São brutos e secos com as pessoas que lhes são mais próximas. Dizem que são directos, quando passam o dia todo a cortar na casaca do pessoal todo. Dizem "eu parto já esse gajo todo" e, face-a-face, que doçura! São impiedosos para quem vem por bem.
Cá para mim, estes são os verdadeiros depressivos. Eu só ando a curtir a minha doce pena, injectando depressão q.b. nestes meus posts.
Calma, há vida além do Desenho.
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