sábado, fevereiro 25, 2006

Antecipando a depressão do Carnaval

Se antigamente o Carnaval me suscitava perguntas como: Porque é que alguém há-de querer (parecer) ser outra pessoa?, hoje em dia procuro diferentes respostas: Será que aquilo que queremos (parecer) ser não nos torna ainda mais ridículos?

Esta é a altura do ano que eu mais detesto. Definitivamente, estou fora deste espírito. Na minha cabeça, não há divertimento em fazer palhaçadas nestes dias premeditados. Não é divertido não levar a mal, porque é Carnaval. Não acho piada, acho deprimente. Acho engraçado quando não é suposto ter piada. Quando alguém diz, muito seriamente, em pleno ambiente hostil: Ainda agora tinha aqui uma caneta e já ma limparam. O que eu tive de me controlar.

Não me importaria mesmo nada de hibernar durante estes 2 ou 3 dias, de forma a resguardar os meus pensamentos da mania que indubitavelmente se instala um pouco por todo o lado. Há gente demais a achar o máximo vestir plumas, festejar tradições alheias e trajar ridiculamente. Gostaria que, nesta época, se organizassem retiros estratégicos para pessoas que tendem a deprimir com a alegria forçada do Carnaval. Pessoas que, como eu, desejassem que o Carnaval fosse apenas mais um dia do ano.