O despertar
Noutro dia, fui buscar uma pizza, já encomendada. Saí do carro e atravessei a estrada. Encostado a uma parede, já do lado do passeio, estava um cão a dormir. Sem conseguir resistir, chamei-o, com aquele tique de boca com que se chama a atenção dos animais, que em muito se parece com vários beijinhos. O cão levantou o sobreolho, quase indiferente.
Levantei a encomenda e repeti o trajecto e o cumprimento ao cãozinho. Sentindo o cheiro da pizza, o cão abriu os olhos, ergueu o focinho, cheirando o ar e levantou-se energicamente, seguindo-me.
Seguiu-me pelo passeio, pela passadeira, atravessou toda a estrada comigo (e com a pizza) e ficou sentado à espera que eu entrasse no carro. Arranquei e ele ficou ali.
Saberá sempre assim acordar (d)os sonhos?
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