domingo, julho 30, 2006

O despertar

Noutro dia, fui buscar uma pizza, já encomendada. Saí do carro e atravessei a estrada. Encostado a uma parede, já do lado do passeio, estava um cão a dormir. Sem conseguir resistir, chamei-o, com aquele tique de boca com que se chama a atenção dos animais, que em muito se parece com vários beijinhos. O cão levantou o sobreolho, quase indiferente.
Levantei a encomenda e repeti o trajecto e o cumprimento ao cãozinho. Sentindo o cheiro da pizza, o cão abriu os olhos, ergueu o focinho, cheirando o ar e levantou-se energicamente, seguindo-me.
Seguiu-me pelo passeio, pela passadeira, atravessou toda a estrada comigo (e com a pizza) e ficou sentado à espera que eu entrasse no carro. Arranquei e ele ficou ali.
Saberá sempre assim acordar (d)os sonhos?

terça-feira, julho 25, 2006

Confiar em quem nos mente

Prefácio de Adriana Oliveira, mais má do que nunca
As chamadas mentiras piedosas. É o desejo de proteger o filho contra as agruras da vida, ou contra as desilusões parentais que possa vir a ter? Afinal, para que servem as mentiras que as mães contam aos filhos, para proteger os filhos ou os pais?


- Filho, a mãe vai ganhar o tostão... não fiques triste, a mãe volta logo. Em seguida, a mãe sai para a despedida de solteiro de uma amiga, para voltar de madrugada.
Em casa, sobrevôa uma mosca. A menina, de pouco mais de 2 anos, repara nela: "ah mos... ah mos...", enquanto a tenta afastar com os pequenos braços. A mãe, atenta, tira mata a mosca com o chinelo e, em seguida, aspira-a: "Já está, filha!". Depois de alguns segundos de olhos fixos e esbugalhados, a criança desata a chorar desalmadamente, visivelmente triste e confusa com a situação. Ao entrar uma outra mosca pela janela, a mãe, aflita, diz: "A mãe estava a brincar, filhota, a mosca está aqui! Não chores mais...".


É isto que nós fazemos. Cuidamos e recuperamos as pessoas de quem gostamos, com as nossas mentiras. Não preparamos, nem evitamos o que vem depois. É muito difícil fazer diferente.
O meu parecer sobre este assunto está localizado algures entre os limites do acreditar e do confiar. Eu acredito em tudo, à partida. Eu não confio em nada, à partida. Tento não depender de nada em que acredite.
E é tão difícil confiar em qualquer um dos casos, não é...?

segunda-feira, julho 24, 2006

Fabuloso

I don't think I'll ever dry out.

domingo, julho 23, 2006

Retido

Não há nada mais deprimente do que não se saber o que se quer.

quarta-feira, julho 19, 2006

Gosto disto

Never thought you'd make me perspire
Never thought I'd do you the same
Never thought I'd fill with desire
Never thought I'd feel so ashamed
Me and the dragon can chase all the pain away
So before I end my day,
remember
My sweet prince,
you are the one
My sweet prince
you are the one
Never thought I'd have to retire
Never thought I'd have to abstain
Never thought all this could back fire
Close up the hole in my vain
Me and my valuable friend
can fix all the pain away
So before I end my day
remember
My sweet prince
you are the one
My sweet prince
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
Never thought I'd get any higher
Never thought you'd fuck with my brain
Never thought all this could expire
Never thought you'd go break the chain
Me and you baby,
still flush all the pain away
So before I end my day
remember
My sweet prince
you are the one
My sweet prince
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
My sweet prince
My sweet prince

domingo, julho 16, 2006

Reflexos a 3D

Só o teu amor é tão real...

sábado, julho 15, 2006

A minha experiência num táxi profissional

Não tenho carro. É verdadeiramente uma merda não ter um carro, excepto naquela história de não termos todas as despesas que lhe estão inerentes e de podermos beber à vontade sem corrermos riscos.
Desta forma, sempre que saio à noite, em vez de pôr a perna de fora ou bambolear o rabo para arranjar uma boleia, costumo ir de táxi. Não é mau. Não fosse o dinheiro que se paga (e ainda para mais, eu moro longe de tudo), eu ia querer andar sempre de táxi.
Eu adoro o mundo dos táxis. O que eu mais gosto, é do sossego, principalmente naqueles finais de noite, em que é mesmo bom não ouvir ninguém... como se de um retiro se tratasse, para nos preparar para a chegada a casa - que se espera silenciosa. Além disso, engraço quase sempre com os senhores taxistas e as suas conversas. Eu podia perfeitamente ser uma taxista, não fosse a minha inépcia a conduzir.
Ontem, fiz mais uma viagem espectacular. O senhor taxista não era um taxista vulgar. O senhor taxista era, na verdade, um profissional. Lembro-me de ter comentado com a Patrícia, antes de entrarmos no carro, algo sobre um autocolante que o táxi tinha a dizer "Este táxi é conduzido por um profissional", mas estava longe de saber o quão profissional o senhor era.
O senhor tirou um curso de 6 semanas, "todos os dias das 7h as 17h"... "tudo teórico" "aprendemos tudo, revimos o código da estrada, disseram-nos como devíamos tratar os nossos clientes... sabemos os nossos direitos... quem podemos recusar e quem não podemos recusar no nosso carro... "; "o meu curso, tirei-o há 2 semanas... foi pago pela CEE ou pela Europa... essas coisas... agora já é pago, mas eu só tive de pagar, sabe, os testes... a menina não deve saber o que são... tá a ver... os psicotécnicos..."; "também ouvimos psicólogos, que nos disseram aquelas coisas, sabe, que devemos acalmar-nos quando nos apitam... ou mandam bocas... sabe, aquelas coisas que eles dizem...".
"Pois" :)



No fim, quis dar-me um cartãozinho com o seu contacto e não encontrou nenhum.

quinta-feira, julho 13, 2006

As grandes influências da vida da Diana

Acho que um dia te ouvi dizer que são os desconhecidos que mais te tocam. Eu não sei onde estão as tuas grandes influências, para além de mim, claro. Prefiro imaginar uma série de "Ah's" contidos e disfarçados provocados pelas coisas simples que te fascinam. É assim que eu te vejo influenciada.
(Ah)

quarta-feira, julho 12, 2006

Ausência = Presença

Honey
It's been a long time coming
PORQUEAnd I can't stop now
Such a long time running
And I can't stop now
Do you hear my heart beating?
Can you hear the sound?ESTARES
Cos I can't help thinking
And I don't look down...
And then I looked up at the sun and I could see
Oh the way that gravity turns for you and me
ÉAnd then I looked up at the sky and saw the sun
And the way that gravity pulls on everyone
On everyone...IGUAL
Baby
its been a long time waiting
ASuch a long long time
And I can't stop smiling
No I can't stop now
Do you hear my heart beating?
Oh can you hear that sound?
Cos I can't help cryingFALTARES
And I won't look down...
And then I looked up at the sun and I could see
Oh the way that gravity turns on you and me
And then I looked up at the sun and saw the sky
And the way that gravity pulls on you and I
On you and IAQUI

domingo, julho 09, 2006

Uma ideia como outra qualquer 2

Estava aqui a pensar nos casais dos filmes. Preferências sobre a felicidade ou infelicidade no The End, sabemos que há pares que só podem ficar juntos no final.
Isto não tem nada a ver com pessimismo. Basta pensarmos nos grandes amores dos filmes que vemos e pensarmos numa vida conjunta a longo-prazo. Eu não acho que a grande maioria fosse ficar junta para sempre.
É como na vida real. Toda a gente pode ser feliz em 10 minutos de engate, em 15 dias de amor de Verão, em 4 meses de paixão, num ano e meio de amor tentado... em vários anos de amor, família e hábito... ou como quer que o conceptualizemos na nossa cabeça. Inventaram-se tantas desculpas para termos uma mão no corpo e outra a tapar a boca da carência, que O Amor teve mesmo de aparecer.
Como Deus, criámos um monstro. Algo em que parece mal não acreditar. Talvez O Amor exista mesmo e isto não passe de uma ideia como outra qualquer. Talvez O Amor exista e eu apenas não me deixe acreditar.

sábado, julho 08, 2006

Eu disse que ia fazer isto... aqui está:

Há uma musica do Povo,
Nem sei dizer se é um Fado
Que ouvindo-a há um ritmo novo
No ser que tenho guardado…
Ouvindo-a sou quem seria
Se desejar fosse ser…
É uma simples melodia
Das que se aprendem a viver…
Mas é tão consoladora
A vaga e triste canção…
Que a minha alma já não chora
Nem eu tenho coração…
Sou uma emoção estrangeira,
Um erro de sonho ido…
Canto de qualquer maneira
E acabo com um sentido!

quinta-feira, julho 06, 2006

Retido

O maior preconceito das nossas vidas é o de que nós somos boas pessoas.

quarta-feira, julho 05, 2006

Personagem G - alguém se reconhece?

G é constantemente ultrapassado pela sua idade. Não acredita nela, não a sente, mas sabe que ela pode ser sentida.
Não tem sonhos; fala sempre em ambições. Consegue ver tudo o que deseja a construir-se à sua frente: tudo baseado em passos lógicos e justos. Falta-lhe sempre um milímetro de felicidade - nunca descobriu a forma de sair discretamente do anonimato.
O que lhe falta confunde-se sempre, dentro da cabeça de G, com falta de tempo de vida.
Talvez falte tempo de sonho, onde lhe acaba por sobrar sempre objectividade. Talvez lhe falte sempre um milímetro de vida...

Vida de gata

Uma ideia como outra qualquer 1

Estou aqui a pensar no desfazamento que existe entre o número de pessoas que se licenciam todos os anos e a quantidade de vagas nas suas áreas que são disponibilizadas.

Alguns acabam por arranjar emprego na área de formação em que (os pais) investiram. Outros, vão trabalhar para a Zara, para o Continente ou para um Clube de Vídeo de bairro.

Acabo por pensar na forma ridícula que o meu pensamento toma. Quem fica a ganhar, como sempre, é a Zara, o Continente e o negócio de aluguer de filmes. Eles ficam com experts... No lugar de 9º e 12º anos têm professores de Português-Inglês, psicólogos e licenciados em Motricidade Humana.

Talvez andemos a usufruir do melhor atendimento que existe nas redondezas.

segunda-feira, julho 03, 2006

Retido

Não há nada que não mereça ser relativizado.