quinta-feira, março 30, 2006

Imagens chocantes*

Eu sou o tipo de pessoa que muda de canal quando o noticiário relaciona palavras como "animais", "abandonados","maltratados" e "Associação Protectora dos Animais". Prefiro não ver. Hoje facilitei e vi alguns segundos de uma reportagem sobre uma pessoa que se andou a divertir a ser filmada a atirar gatinhos do cimo de uma torre, sujeitando-os a uma morte horrível (eu disse isto por outras palavras para mim própria).
Não tenho o verdadeiro espírito de preservação da própria espécie. Sempre acreditei que tinha mais pena do cãozinho abandonado e maltratado do que do bébé negligenciado. Tenho muito mais confiança no espírito de auto-preservação da própria espécie dos meus congéneres, do que no respeito que temos pelos restantes seres vivos. Na ideia maluca de que este mundo é só nosso (da espécie humana), sinto que os maiores prejudicados serão sempre as outras espécies. Se eles sofrem, é por nossa culpa, não deles. Se nós sofremos, é por nossa culpa e de mais ninguém.
Quando me lembro que tudo o que fazemos é pela própria sobrevivência, como por exemplo os animais também fazem, isso ainda me mete mais nojo. Os meios de dominação usados por nós são detestáveis e reprovo absolutamente a forma como muitas pessoas tratam os animais.
É nestas alturas que me lembro de uma amiga minha que, muito bem, disse um dia:
Há gente que me mete muito mais nojo do que...!!!
Tou feita com este mundo...
*Acho que traumatizei o meu irmão mais novo, com a minha reacção suficientemente emotiva à visualização daquelas imagens. E dizia ele, tentando confortar-me: "Oh Diana, também não é preciso ficares assim, eles iam acabar por morrer um dia..." Se ele não fosse fofo e meu irmão, não era o facto de ele ser da mesma espécie que eu que o ia safar de um sermão dos bons. E, quem me conhece, sabe bem o quão chata eu consigo ser.

quarta-feira, março 29, 2006

Info 2

Hoje houve um eclipse solar e ninguém quis saber. Neste século não haverá mais nenhum.

Emocionalmente Ricos

Prefácio de Adriana Oliveira, um talento de cozinha perdido
Às vezes dizem que só alcançamos o que queremos com muita força de vontade. Outras vezes, dizem que se deixarmos de procurar, o que queremos aparece. Haja alguém que nos esclareça.
Num destes dias, numa experiência única proporcionada pelo meu primeiro emprego, ouvi de um dos colaboradores - e, por isso, meu colega - a seguinte expressão: Eu lutei muito para me sentar nesta cadeira. Este homem-rapaz está a acabar o curso superior de uma engenharia pseudo-máscula qualquer e, não obstante o também suposto prestígio de se ser formado, ele queria fazer durar aquele emprego.
Um emprego à partida medíocre e uma força, qualquer que seja, maior. Ele sabe exactamente o que quer para a vida dele.
Nada de especial. Passadas semanas, que quase completam meses, ainda me lembro do tom que ele usou naquela frase, e dos olhos-quase-agressivos com que conseguiu marcar a ideia em mim.
É como se qualquer pequena emoção que eu sinta em ebulição numa pessoa, provocasse uma minúscula abanadela emocional na minha vidinha de diana.
Não sei se se sentem, como eu, morrer interiormente, algumas-muitas vezes. Assim como se, lentamente, andassem pelas ruas a realizar o filme da vida de todas as outras pessoas, umas vezes em câmara lenta, outras a preto e branco, outras em mute...
Caindo no erro de parecer a pobrezinha emocional que efectivamente sou, dou por mim a recordar momentos como este. A pensar em como seria bom se...
Acho que a Adriana me matou com o prefácio.

Info 1

Informo todos os que resistiram a possuir o meu número de telemóvel* nos contactos da vossa máquina sem o apagar, que acabei de trocar os meus (poucos) pontos tmn por um pacote de 60 sms'. Em breve, todos beneficiarão deste acontecimento com a presença ou ausência de perturbadoras mensagens de texto nos destinos dos vossos nove dígitos. É a minha forma de vos mostrar que estou viva e que não quero que a plantinha morra. Vá, foi uma forma de me obrigar a dar uso ao telemóvel, além da função de despertador matinal.
* Lino de Timor incluído .

sexta-feira, março 24, 2006

Mais inépcia emocional ou Como a Diana se vai afastando do Mundo de Cá

Eu não consigo esquecer nada. Naquela parte da vida mental em que deveríamos cruzar a informação que recolhemos à nossa volta com a memória ou o esquecimento, eu falho. Se tudo afecta todos de forma irreversível, tudo o que me acontece, marca-me e atrofia-me. É uma versão auto-destrutiva daquilo que é o remorso. Aconteceu, eu vou lembrar para sempre. Hei-de louvar da experiência o que esta teve de bom, e hei-de nunca esquecer os maus momentos. Sou incapaz de esquecer, o que inclui lembrar tudo, a todo o momento.

É olhar para pessoas queridas e não conseguir abstrair-me de todos os momentos em que, por mim, por elas, a minha alma doeu.

Sou incapaz de digerir o passado, ele está sempre comigo. A perfeição está quebrada, na minha cabeça. Daí fugir de tudo o que não consigo esquecer.

Rasgo as lembranças, afasto geograficamente as coisas e as pessoas que, por um motivo subtil ou flagrante, falharam. Coisas que só fazem sentido na minha cabeça.

Na doce vingança emocional que todos travamos uns com os outros, ganho todas as batalhas e fico sempre sozinha, no final.


Há uma nova estranheza em mim. E um nó na garganta, apertado ao limite do futuro.

segunda-feira, março 20, 2006

Poderia ser um instante vocabular qualquer, mas, para mim, não.

Hei-de sempre sonhar sozinha, como se no outro mundo só houvesse lugar para mim. Se é neste mundo que temos de ter os pés no chão, mais vale acordar cada um para seu lado. Há um momento, em todos os momentos, que sinto que é tarde, em que o tempo esgota todo o ar para viver além-mundo. Eu quero descer, passo tempo demais lá em cima. Passei tempo demais sozinha lá em cima. Cada vez menos me sabe a luta entre iguais. Para mim, não.

One night to be confused
One night to speed up truth
We had a promise made
Four hats and then away
Both under influence
We had defensin
To know what to say
I need some razorblade
To call for hands of above
To lean on
Wouldn't be good enough
For me, no
One night of magic rush
The star just simple touch
One night to push up stream
And then relieve
Ten days of perfect tunes
The colors red and blue
We had a promise made
We were in love
To call for hands of above
To lean on
Wouldn't be good enough
For me, no
To call for hands of above
To lean on
Wouldn't be good enough
And you
You knew you had to fight different
And you
Kept us away with wolf teeths
Sharing different heartbeats
In one night
To call for hands of above
To lean on
Wouldn't be good enough
For me, no
To call for hands of above
To lean on
Wouldn't be good enough

Minada

No sábado, após introduzir o meu cartão de débito numa Caixa Multibanco, fui avisada pelo sistema de que este se encontrava inválido.
Hoje, apoiada na ideia de que nada estaria perdido, por poder utilizar um outro cartão da concorrência, enquanto o recém-pedido cartão não chegasse, vi todas as minhas esperanças ruir, quando o cartão suplente induziu o sistema a dizer-me: Por razões de segurança reteremos o seu cartão, sem mais satisfações.
Alguém me anda a minar e eu a ver. Tou feita com esta merda.

domingo, março 19, 2006

Bucho cheio

A partir de hoje, desconfio de todas as pessoas que estejam com uma garrafa de água na mão, numa discoteca. Ninguém pode dançar assim.

sábado, março 18, 2006

Uma casa tuning

Este é o tal túnel que adquiri para a Mondego. Trata-se de um túnel azul e branco, feito em tecido-tipo-plástico, com uma abertura a meio de uma das faces curvas do objecto cilíndrico, perfeita para a Mondego ficar super fofa a espreitar, quando houve um qualquer ruído. Numa das extremidades abertas, tem um fio pendurado que termina com um pompom.
É mais ou menos o que se vê na foto, só que, actualmente, o pompom foi eliminado, não interessa por quem.
Gostava de ter uma casa artilhada especificamente para gatos. Com túneis à volta das paredes, pequenas casinhas onde se pudessem esconder, artigos de corda para afiarem as unhas, mesas com várias alturas e estrategicamente afastadas para eles subirem e saltarem entre elas, e tudo o que não me consigo lembrar agora. Seria como o tuning de casas com gatos. Uma casa modificada, para felinos.

Post suicida

Desde que estou na empresa, um trabalhador já se suicidou, outro diz-me todos os dias o quão reconfortante seria para ele suicidar-se.
Hoje ouvi alguém dizer que a culpa pelo facto das pessoas se suicidarem cada vez mais, pertence às discotecas, aos fumos e vapores desses sítios e às drogas que se tomam, ora claro, nos referidos locais.
Claro que não concordo. Acho o suicídio natural. A vida está mesmo a pedi-las, volta e meia. É como se ela, tantas vezes, andasse à nossa volta a picar-nos. A diferença entre a actualidade e os tempos idos, parece-me, passa por um suave desvio de atenções. Antigamente, as pessoas matavam-se umas às outras, agora, não. Cada um é dono da sua própria vida, é lema de cada vez mais gente, portanto, talvez nos matemos mais por isso mesmo. Poder decidir que acabou, que já chega, que está na hora, que não aguentamos nem mais um segundo, nem mais um milímetro cúbico de ar, ver nem mais umas trombas à nossa frente. Estamos fartos, e é só isso. Para mim, isso basta.
Porque não há-de bastar? Não me soa bem ousar pensar sobre a vida de outra pessoa. Só cada um sabe o que sente, o que está mal na sua vida, o que o torna infeliz, ou, tão só, o que não o faz feliz. Se isso implica toda uma vida, e depois?
Não sei quando acaba a dignidade humana, talvez por a não conseguir entender. Não sei se a vida é a força maior. Não sei até onde se pode chamar vida a uma vida. Há vidas demasiado diferentes, o que me lixa, porque gostaria de as ver competir.

Não gostaria de existir sem poder controlar o meu mundo. O que inclui poder decidir sobre tamanho tabu.

Blog lag

É a medida do vazio sentido quando reparamos na hora da publicação de um post acabado de escrever. Se é que me entendem.

sexta-feira, março 17, 2006

O meu dia

Não joguei no Euromilhões. Encharquei-me toda. Enfiei uma das botas de camurça em lama. Deixei cair o cartão de picar o ponto numa poça de água. Passei o dia inteiro com uma comichão muito particular. Tive fome desde que almocei. O meu telemóvel tocou brilhantemente uma única vez durante o dia. Ouvi dizer coisas como: "sabe a rata", "vaca de merda", "se ela não fosse feia e gorda até a ajudava" o dia todo, sabendo que, muito provavelmente, quando virasse costas, o alvo dos insultos seria eu. Houve stress no gabinete o dia todo, porque um deles bateu com o carro à hora de almoço e tive de ouvir a descrição dos acontecimento uma porção de vezes. Estranhei quase toda a gente, como de costume. Estou cada vez mais perto de tirar o quase da frase de sempre.
Apetece-me fazer algo diferente. Apetece-me fazer alguma coisa, para variar. Não quero aprender a viver com as coisas. Não quero adaptar-me ao passado. Não quero ouvir as conversas, nem sorrir às estupidezes que ouço. Não quero ter nada a ver com isto que se faz por aqui.
Discuti sobre as merdas que os gajos dizem sobre as gajas. Tou farta dos ideais de mulher, daquilo que tenho de esconder para me proteger, porque preciso de viver social e discretamente neste mundo. Tou farta de os ouvir a criticar algumas mulheres, como se merecessem só gajas boas. É como se o mundo estivesse dividido em três partes: homens, mulheres boas e mulheres más. É como se os homens existissem para serem felizes, as mulheres boas existissem para fazerem os homens felizes e as mulheres más existissem para fazer as mulheres boas felizes. É como se só as mulheres tivessem de ser boas, bonitas, inteligentes e simpáticas. E a eles lhes bastasse existir, com todos os direitos incluídos, nomeadamente, aquela gaja podre de boa.
Hoje, no trabalho, a propósito de um anúncio qualquer que pedia mulheres perfeitas, ouvi um colega dizer: "Isso não existe. Se são boas, são burras. E, se são boas e inteligentes, não são simpáticas. Falta sempre qualquer coisa." Ah, pois falta. Se não for nas mulheres, é n(o)'outro lado qualquer. Eu serei o quê, e não serei o quê, no seu ver?
Tive mais frio do que calor, durante o dia. Fui 4 vezes ao wc desde que acordei. Pensei em falar à Adriana sobre a minha comichão por mail, mas a diana-paranóide não deixou - eles podem andar a ver os mails. Pensei que sou demasiado fria para as pessoas que me são mais próximas, e que sou demasiado gentil com quem menos me conhece. Relembrei que quando faço o contrário, as coisas também não correm bem.
Vi um miúdo, com pouco mais de 10 anos a sprayar um aerossol qualquer e a acender fogo com um isqueiro, em plena passadeira, em plena rua, tal e qual aquele homem do circo. Pensei o habitual: "Se fosse meu filho...", sabendo que isso não é coisa que se diga, uma vez que não sou um bom exemplo nem como dona de uma gata.
Deitei fora as pulseiras da Queima, da Latada e daquele Verão-sei-lá-de-que-ano. Cortei-as com tanto prazer, que senti quase uma segunda pele a nascer. Como se fosse uma nova oportunidade.
Alguma coisa tenho de fazer diferente, para poder vir a ser diferente.
Ainda bem que não joguei no Euromilhões. Quero esquecer aquela chave, cheia de números com significados especiais. Valem zero para mim agora.
Então Adeus.

quarta-feira, março 15, 2006

A preto e branco 4

Eu não sou estranha, além do resto.

Critérios de frequência nos Comments

  1. Aproveitamento da oportunidade de comentar posts para me insultar;
  2. Identificação com o escrito + desocupação;
  3. Desocupação total;
  4. Lembrança ocasional do endereço do blog + desocupação;
  5. Pena (por haver poucos comentários)/ fobia ao algarismo zero;
  6. Ser brasileiro e pronto;
  7. Ser spam;
  8. Alguma consideração pela autora do blog + desocupação;
  9. Pressão involuntária na célula "0 (Im) perfeições encontradas no Desenho e eventualmente algum spam", seguido da sensação "que se lixe", que leva o indivíduo a escrever um qualquer comentário;
  10. Atracção pelo estranho, depressivo ou, simplesmente, por dianas.

De resto, não acredito que tenha havido mais do que dez pessoas diferentes e reais a comentar o meu Desenho.

Reflexos

Não tenho escrito posts porque não quero. Podia ter todo o tempo do mundo, não escreveria.

domingo, março 12, 2006

Noites Longas OST

Chaga - Ornatos Violeta
Fear of the dark - Iron Maiden
Down with the sickness - Disturbed
Du hast - Ramstein
Everyday I love you less and less - Kaiser Chiefs
This fire - Franz Ferdinand
Honest mistake - The Bravery
Somebody told me - The Killers
Where is my mind - Pixies
Last nite - The Strokes
Chop Suey - System of a Down
No one knows - Queens Of The Stone Age
Paranoid Android - Radiohead
Amerika - Ramstein
The beautiful people - Marilyn Manson
I predict a riot - Kaiser Chiefs
Seven nation army - The White Stripes
Like a stone - Audio Slave
Breathe - Prodigy
Freak on a leash - Korn
Cuts you up - Peter Murphy
Rape me - Nirvana
Mr. Brightside - The Killers
Eva Adore - Smashing Pumpkins
Such a perfect day - Lou Reed
Toca a criar uma playlist...

sábado, março 11, 2006

Ma-ra-vi-lho-so

quinta-feira, março 09, 2006

Eu gosto

De dobrar a parte da toalha mais próxima de mim para cima, quando acabo de comer. Gosto de apanhar boas imagens em fotografias. De saber que tenho uma noite inteira pela frente para passar com os meus amigos. Gosto de sentir o frio a bater na cara. De irritar a Mondego, cheirando-a. De comida feita no forno de lenha. De calças quase a arrastar no chão. De ouvir cantar bem ao vivo. De me sentir pequenina. De pulseiras. Da lasagna da Adriana. De encontrar significados escondidos em coisas valiosas, passado algum tempo de as ter. Do sono que a lareira me dá. De filmes de animação. De amores impossíveis. De voltar a Coimbra. Das pipocas que reluzem. De Kinder Delice. Do barulho dos saltos altos. De massagens nas mãos e nos antebraços. De jantares de amigos. De passear sozinha. De ouvir repetidamente uma música de que gosto muito. De pão com queijo e fiambre. De me sentar no chão, em frente ao sofá. De sonhar coisas boas com pessoas proibidas. De ver a Mondego a dormir. De máscaras peel-off. Da ideia de morar sozinha. Do salame de chocolate que a minha mãe faz. De bandas sonoras. De me encostar à coluna e observar. Da palavra querida e querido.
De pensar que, um dia destes, a minha vida vai mudar.

Rescaldo d' O Dia da Mulher

Vejo-me, auto-destrutivamente, obrigada a pensar novamente sobre O Dia da Mulher.
Há duas tendências gerais de pensamento, e ambas me incomodam de forma suficiente. Existe o "Hoje é o nosso dia, parabéns!", e o cada vez mais cool: "Este dia é humilhante para a mulher".
A minha opinião é irrelevante e é principalmente por isso que a vou partilhar. O Dia da Mulher é, em si mesmo, vazio de significado, mas, se conseguirmos domar os nossos egos século-vinte-e-um-ocidentalescos, penso que chegamos ao objectivo implícito da celebração desta data.
Apesar de confiar na inteligência de quem me lê, atiro para o ar palavras como: tráfico, assédio, violação, mutilação sexual, discriminação no trabalho, preconceito, inferioridade salarial, menor estatuto social, violência conjugal, entre outras. E, se tudo isto também faz sentido no masculino, então vamos criar O Dia do Homem. É igual.
Acho que ser mulher não é nada de extraordinário, por isso não gosto de receber os parabéns por mais um aniversário no feminino. Não me orgulho, nem me envergonho de ser F. É um dia que não me faz sentir bem, nem me humilha. Apenas me faz pensar sobre um facto. A tal coisa - o tal fenómeno - que é ser mulher.
Acima de tudo, não quero festejar um dia que só me faz sentir a falta do outro lado da moeda.

quarta-feira, março 08, 2006

Não gosto

De lavar as mãos com sabonete. De andar de elevador. De favas. Dos UHF. De pessoas que não cumprimentam os outros. De café pouco quente. De pessoas demasiado alegres e sociáveis. Quando ponho perfume e o buraquinho do spray está virado para o lado errado. Quando o Bóris me salta e suja com as patas, quando estou para sair para algum lado. Do galo que canta todos os dias de manhã, no meu telemóvel, para me despertar. Quando, no banho, fico com a boca a saber ao champô. De pessoas que falam alto. De ouvir "hadem". Do cheiro do tabaco dos outros. De me esquecer do telemóvel em casa. Que me digam "Calma!". De ver mulheres de cabelo curto. De raramente conseguir adivinhar a palavra-enigma da parte final da Herança. De pensar que prenda vou comprar? Do barulho que a minha bota de salto gasto faz. De embalagens de cartão de iogurtes dentro do frigorífico.

De não saber sobre o que escrever e arranjar desculpas esfarrapadas para tapar buracos, como o do dia 8 de Março de 2006.

segunda-feira, março 06, 2006

Eu também tenho qualquer coisa a dizer sobre os Oscars, apesar de não ter visto além da passadeira vermelha!

  • A Reese Witherspoon não tem perfil de vencedora de Oscar de Melhor Actriz;
  • O filme "As Crónicas de Nárnia" é uma merda;
  • A Adriana enviou-me sensivelmente 10 sms', para que eu acordasse automaticamente informada (obrigada, Dri, só mesmo tu!);
  • O meu grande favorito era o filme Corpse Bride;
  • O tal filme-de-merda de que falei num dos últimos posts, ganhou efectivamente o Oscar para Melhor filme;
  • Confesso que gostava de ser estrela de cinema por uma noite, sem a parte de ter de falar para os apresentadores, subir ao palco para receber prémios e discursar. Tudo isto, só para poder usar um daqueles vestidos. Paneleirices de gaja.

domingo, março 05, 2006

Antecipando o Dia da Mulher

Comemorá-lo é:

... empiriquitar-me para ficar em casa. Adriana, mulher há quase 5 anos (apesar de achar que o nome é muito grande para ela).

... fazer a depilação para vestir calças... outra vez. Diana, mulher quase convicta há vários anos.

... uma boa desculpa para apanhar uma bebedeira. Patrícia, mais menina que mulher há 23 anos.

Preto e Branco 2

Todos os meus desenhos soam assim.

The Mondego Quiz

1 - Porque é que a Mondego se chama Mondego?
A - Porque nasceu nas margens do rio;
B - Porque as donas, no fundo, queriam era ter um gato;
C - Foi uma espécie de homenagem à cidade de Coimbra.

2 - Onde é que a Mondego não suporta que lhe mexam?
A - Na barriga;
B - No rabo;
C - De preferência, em lado nenhum.

3 - Em que partes do corpo tem a Mondego amorosas manchinhas escuras?
A - Na orelha esquerda e no rabo;
B - Na orelha direita e no rabo;
C - Em ambas orelhas e no rabo.

4 - Qual foi a coisa mais arriscada que a Mondego fez na vida dela?
A - Atirar-se de um 2º andar e arriscar um encontro imediato com o Bóris;
B - Estar uma tarde inteira com a Diana;
C - Estar uma tarde inteira com o Ricardo.

5- Em quantas casas diferentes já viveu a Mondego?
A - Uma;
B - Duas;
C - Três.

6 - Quem são os principais alvos da Mondego quando está com o cio?
A - Humanos masculinos;
B - Humanos femininos;
C - Quem trouxer a embalagem de comida.

7 - Que idade faz a Mondego brevemente?
A - Um ano;
B - Dois anos;
C - Três anos.

8 - Que reacção teve a Mondego quando, no Natal, recebeu um rato de brincar que chia?
A - Cagou completamente;
B - Passou a ser o seu brinquedo favorito;
C - Tem medo dele.

9 - Quais as actividades favoritas da Mondego?
A - Brincar ao estou-aqui-e-agora-já-não-estou;
B - Brincar com novelos;
C - Brincar com o ratinho que recebeu no Natal.

10 - Qual a maior mania da Mondego?
A - Acha-se muito gira;
B - Acha que se sabe esconder muito bem, mas deixa sempre o rabo de fora;
C - Acha-se muito no geral.

Brevemente, as respostas!

All about a pulse

If I touch a burning candle I can feel no pain
In the ice or in the sun it's all the same
Yet I feel my heart is aching
Though it doesn't beat it's breaking
And the pain here that I feel
Try and tell me it's not real
I know that I am dead
Yet it seems that I still have some tears to shed.

sábado, março 04, 2006

Preto e Branco 1

Não há nada mais deprimente do que uma banda-desenhada mal colorida.

O que vai indo na minha cabeça ou O quão tolinha eu sou

Fiz um número e uma estrela no Euromilhões. Foi dia de pijama. Não me lembro do sabor do bolo de chocolate que comi ao almoço e sei que isso é mau. Ontem dormi com a maquilhagem. Percorri a empresa quase toda e descobri que talvez seja mais vista do que aquilo que eu penso. Descobri que aquele filme-de-merda que está no cinema e que eu decidi interiormente que não valia a pena ir ver, está nomeado para o Oscar de "Melhor Filme". Vi a Academia de Polícia 3, o Adam Sandler e a Nova Gente ao mesmo tempo. Mentalizei-me de que isto se devia à teoria de que Se nada é bom, tudo não será pior. Hoje apetece-me demais rever o Fabuloso Destino, mais do que qualquer outra coisa que pudesse fazer a um sábado à noite. Fiquei a saber que aquele rapaz vai para a Polícia e que ele acha que eu devia fumar menos. O menino da bola tem namorada? A Patrícia viu, mas não sabe quase nada. Faltou a luz durante a maior parte do dia de hoje, o que me dá uma boa desculpa para muita coisa que não queria fazer. O Samuel põe muitas interrogações a um comentário meu; eu não tenho nada a dizer relativamente a interrogações. Fomos à garagem. O anel voltou à base. Aqueles irmãos umbilicais brilharam. Custou a adormecer, pelas dores todas que tive ontem. Várias, com origens mais ou menos explicadas. Estive a estudar a reprodução com o meu irmão mais novo. Pensava que ele se ia rir mais. Fiz-lhe esquemas, como sempre fiz para mim, para ele estudar. Lembrei-me daquela publicidade anti-tabágica, em que os irmãos Guedes estão permitidos de algumas badalhoquices, já que Feio é fumar. Bebi um néctar de morango, cuja composição também inclui néctar de banana, fruta que me dá vontade de vomitar. Apetece-me cada vez mais ir morar sozinha, mas, por ora, terei de continuar camuflada, por aqui. O meu irmão mais novo simula hóquei com a minha bengala de finalista. Faz-me uma certa confusão pensar que há pessoas que gostam de mim e que não me fazem determinadas perguntas, só para não me aborrecerem. Amanhã é domingo e eu não quero saber. Descobri o jeitão que me dava ter uma aparelhagem com mp3 no quarto, no preciso momento em que os meus pais compraram uma para eles e apesar de a minha actual só servir para ouvir As Manhãs da 3. Não há nada como despir a roupa e atirá-la para o chão. Mesmo que se apanhe a dita logo de seguida, ela tem de ir para o chão. What a wonderful world faz-me sentir esquisita, mas bem. Admiro as pessoas que vivem um dia de cada vez, sem pensar nas inevitáveis-mas-também-não-tão-inevitáveis-assim contrariedades que se podem adivinhar no futuro. Como se tudo lhes bastasse por estar bem agora. Dou por mim a pensar que sou uma pessoa muito assustada com a vida. Que não conheço as pessoas. Que as pessoas são capazes de coisas que sei que são reais, mas que nunca as vi suficientemente perto para levar a sério. Gostava de ser mais ingénua. Gostava de saber o que as pessoas realmente pensam de mim, sem que elas soubessem que eu sei o que elas pensam de mim. Gostava de sofrer menos da cabeça. Ontem estava para-anormalmente bem disposta, hoje não. Típico.
Sometimes I don't know who to be...