domingo, junho 26, 2005

Até não sei quando...

Adrianocas, devias ter cá vindo antes de fugires para as tuas últimas vezes. Quando leres o post da última semana, vai custar mais. SE CALHAR não. Pelo sim, pelo não, eu tive de escrevê-lo com o devido tempo. Adoro sofrer por antecipação. Afinal, para que serve a auto-destruição? Eu não ando aqui a brincar.
A esta hora já deves estar no combóio, a cuscar as conversas das outras pessoas - que fofa. E ainda falas de mim... uma mera aprendiz, é o que eu sou.
Bem... tá na minha hora. Hoje está-me a custar sair daqui. Era parva para escrever posts o dia todo. Tenho tanta coisa sem interesse para dizer... que até dói. Quem se vai lixar com a brincadeira é a Patrícia, que vai ter de levar comigo na viagem de expresso para Coimbra. A vida dela nunca foi fácil.
O resto fica, então, para a semana. Ou para a outra. Com muito menos neurónios, espero.
Tá tudo convidado para o jantar em casa da Adriana! Tragam vinho!

Para todos os que quiserem ver o cãozinho correr para sempre (como eu)...

24h MSN

O meu irmão diz que eu sou viciada no Messenger. Aliás, ele nem fala em vício, fala em doença.
Costuma dizer que eu podia perfeitamente concorrer ao "24 h do MSN" - já alguém ouviu falar?- e, mais, que provavelmente ganharia.
A minha versão dos factos é muito menos interessante que a dele. Eu só utilizo o MSN aos fins-de-semana, logo, é natural que goste de passar 2 ou 9 hrs por dia/ noite a actualizar contactos, a navegar na net e a ler blogs que acho interessantes (às vezes, o meu inclui-se aqui).
Falta compreensão neste mundo, só isso.

Última semana

Este não é um blog sobre saudade. Também é.
Esta é a tua última semana. A saudade está em todas as últimas vezes que a tua última semana implica. Mais uma vez, só queria não sentir nada.

Um post importante


Opá, amanhã tenho uma coisa para fazer e não me apetece. Incrível como a minha cabeça continua a arranjar formas de a não fazer, mesmo sabendo que não há como fugir. Não é nada de complicado. Simplesmente, não me apetece. Prende-me os movimentos. E corta-me as asas para fazer coisas que eu ainda não sei que me vão apetecer fazer. Raisparta o dito cujo...

Eu sei (mas não falemos sobre isso)

Eu sei. Estou a acabar o curso. O mundo, principalmente aquela parte que se está bem a cagar para mim, está bem mais contente que eu.
Não, ainda não tenho perspectivas de emprego. Nem quero ter! EU AINDA NEM SEQUER ACABEI O CURSO!
Já não posso mais, não aguento mais dizer: "sim, estou no último ano", "não, este ano não tenho aulas, tive estágio", "não, ainda não tenho perspectivas de emprego" e "não, só em Setembro...".
Acima de tudo, e quem partilha a licenciatura, deve perceber a língua em que falo..., não suporto uma pergunta, em particular:
- "Para que é que dá o teu curso?"
Preferia mil vez ouvir as barbaridades do costume, os habituais: "Psicologia, uhhhh... então diz lá o que é que eu estou a pensar!!!", "Psicologia, que fixe... sempre gostei dos astros e dos signos!". A sério que prefiro ouvir isto. Dá vontade de rir, tamanha é a estupidez. Mas ao menos não irrita.
Para todos os efeitos possíveis, aqui fica, espero que pela última vez:

Olá, eu sou a Diana. Estou no 5º ano de Psicologia. Este ano, o último, consiste basicamente no estágio curricular. Temos, além disso, 2 cadeiras, uma por semestre. As pessoas podem entregar o relatório em Julho ou em Setembro. Eu escolhi entregá-lo e defendê-lo em Setembro e, antes de sentir que efectivamente tenho a licenciatura terminada, não quero concorrer a emprego nenhum. "É a minha opção pessoal", como diria alguém que eu conheço.
No seguimento desta opção, não tenho quaisquer perspectivas de emprego. Sei o que gostava de fazer, tenho uma pequena noção de como está o mercado de trabalho e, de certa forma, de como o sistema (seja lá o que isso for) afecta o processo de procura de emprego. Mas não consigo misturar coisas diferentes. Directa e simples: tenho a minha cadeira de opção e o relatório para fazer. Não consigo perspectivar nada. A não ser o dinheiro que vou gastar em fotocópias com bibliografia, livros e géneros temporais.
Gostava de trabalhar na minha área, mas , muito sinceramente, vivo bem com a ideia de ter um emprego noutra área... tanto, que, se for apenas um trabalho, em área nenhuma, vale na mesma. Os meus caprichos são outros. A sério. Párem.

Efeito Gato Fedorento

http://student.dei.uc.pt/~accosta/pedrada.swf

(o autor fez pequenas alterações no meu visual, de modo a ficar mais "perceptível": e.g., dentinho)

A propósito do post anterior... Alguns factos!

* Segundo as estatísticas, mentimos cerca de 200 vezes por dia e, em média, uma vez por cada 5 minutos. Eu demorei mais de cinco minutos a escrever aquele post e só menti uma grande vez, isto é que foi "desperdiçar" tempo! :P

* A mentira pode surgir por várias razões: receio das consequências (quando tememos que a verdade traga consequência negativas talvez), insegurança ou baixa de auto-estima (quando pretendemos fazer passar uma imagem de nós próprios melhor do que a que verdadeiramente acreditamos não é o caso, não me parece que tenha passado melhor imagem), por razões externas (quando o exterior nos pressiona ou por motivos de autoridade superior ou por co-acção não), por ganhos e regalias (de acordo com a tragédia dos comuns, se mentir trás ganhos vale a pena mentir já que ficamos em vantagem em relação aos que dizem a verdade NÃO) ou por razões patológicas (já não digo nada).

* A mentira existe ao longo de toda a escala patológica. A saúde mental só é compatível com a verdade ( não concordo). De nada serve querer acreditar que o nosso familiar não faleceu quando na realidade isso não é a verdade, de nada serve acreditarmos que somos capazes voar se na realidade não temos asas (a verdade que nos "corta as asas" também pode muito bem para nada servir... de bom...).

* A mentira pode ainda surgir como uma dependência, quando dita de uma forma compulsiva. Os dependentes da mentira sabem que estão a mentir mas não se conseguem controlar, num processo que surge de uma forma muito semelhante ao do vício do jogo (cartadas no bar da associação, conta?!) ou à dependência de álcool ou de drogas (o que poderá explicar muita coisa... isto realmente aconteceu depois de ter fumado pelo nariz!).
Esta incapacidade em controlar os impulsos é causadora de um sofrimento nítido razão pela qual deve ser alvo de tratamento. Nos dependentes da mentira, o primeiro passo a dar consiste em assumir que existe um problema e de seguida procurar ajuda para esse mesmo problema. A nível da abordagem terapêutica o tratamento passa geralmente pela realização de uma terapia psicológica ("Mais 24 horas!" lol)


VEJAM MAIS in http://www.psicologia.com.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=A0220&area=d5

Começar de novo

Mudar de cidade. Pegar nas malas, deixar as fotos mentais, arrastar a parte de nós que não quer vir...
Não há mais Viseu, não há mais Vila do Conde. Mas, principalmente, não há Coimbra no futuro.
E é sair daqui... deixar tudo desarrumado... do ciclo vicioso... das memórias, do que foi bom demais para deixar para trás, em paz...
Largar tudo... e começar de novo! Simplesmente resolver que, a partir de agora, só vamos cair para a frente. Para onde o que está para trás só serve para fazer de nós o que somos, para nos dar uma idade, para se ter um ponto de partida, para sermos "assim", agora.
Sem memórias, por favor... Não há paz. Começar de novo. Sem sentir, sem mágoas, sem locais especiais, sem amigos a ficar para trás, sem mundos interiores por resolver, sem haver longe, nem perdas. Sem isto, o amanhã dói. O que se vê daqui, agora, dói.
Ainda se ter as pessoas, e vê-las já tão longe é cruel de mais. Perdê-las enquanto ainda as tenho, ao perder tempo a pensar que, a cada minuto, o último aproxima-se, não é exequível para a minha sanidade mental.
Por isto, acabou Coimbra, acabou a minha cidade, acabou a tua. Começa de novo, comigo, sem nada para recordar e magoar, sem momentos felizes lá atrás.
Só muito tempo para viver. Tudo o que vier, pode ser bom.
Estou tão doente de ter saudade...

sábado, junho 25, 2005

O Editorial

Enquanto não se passava nada aqui pela net, estava a ler a "flash!"... E porque é que eu estou a correr o risco de manchar a minha imagem, assumindo que leio revistas deste tipo ( odeio a expressão "revistas cor-de-rosa")? Porque esse risco não existe. Quem me conhece, sabe que eu não arrisco nada. Há quem me chame careta e tudo.
A questão é que, para aquilo a que o tédio da net me obrigou a encarar, eu não estava preparada.
Pois bem. Há uma senhora directora que tem a ousadia de referir o seguinte, naquilo a que resolveu chamar de editorial:

"No passado fim de semana, a flash! registou, (...), imagens de dor e consternação de José Mourinho perante a perda de um familiar. (...) O supertreinador, o herói dos relvados, é também um homem que se comove, chora e sofre como todos nós. (...) Tem esse direito. (...) Ele sabe que tudo o que lhe diga respeito tem interesse jornalístico, (...). Não por mera curiosidade, mas porque interessa aos seus leitores. (...) ... todas as suas imagens têm valor comercial. (...) Nem sempre é bonito, muito menos justo, pode ser que seja até cruel. Mas quem lê, quem compra os jornais e as revistas, não são seguramente aves de rapina (...)" in flash! nº108


Quase que subi paredes quando decidi realçar o que mais me impressionou no que li. Se alguém não ficou esclarecido quanto à minha opinião sobre isto, puxe o assunto.
Eu cá vou continuar a ler a minha flash!... promete mais posts!

Para ti

Eu queria mandar-te uma mensagem. Sem te comer a cabeça, sem te chatear, sem te fazer lembrar nada... Sem te deixar triste. Mas não tenho nada para te dizer.

Já lá vai uma noite comida com isto...


Alguém sabe o simbolismo da Rainha de Copas, da história da Alice no País das Maravilhas?

uhhhhhhuhhhhhhhhuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuh!

Eu tinha MESMO de pôr isto aqui. Espero que funcione.
Adivinhem qual o meu favorito!

http://svt.se/hogafflahage/hogafflaHage_site/Kor/hestekor.html

Mondego


A minha gatinha (sem traduções para inglês, por favor! Obrigada.) é, actualmente, quem me faz fazer mais figuras ridículas:

"Minha pequeninaaaaaaaa, quem é gatinha mais linda do mundo, quem éééé?"

"Eu sei que tu queres estar aqui" (enquanto ela esperneia para sair do meu colo...)

É simplesmente brilhante, esta gata. Nem eu sabia que o nome lhe viria a assentar tão bem...
E quem a conhece, sabe. Miau...

A Minha Teoria da Conspiração

E se o mundo existisse por minha causa? E se todos os outros fossem figurantes? E se todos soubessem o que me passa pela cabeça, a todo o momento? E... apenas reagissem ao que eu faço? E se todos se reunissem quando eu estou sozinha, para me observarem, me discutirem, me avaliarem?

Alguém alguma vez também pensou nisto?
Ou devo começar a pôr a hipótese de que tenho um complexo ridículo qualquer?

sexta-feira, junho 24, 2005

As minhas papaias sobre as papaias dos outros!

1. "Morro aos poucos em todos aqueles que gostam de mim"
Autor: Rousseau , Jean Jacques
Dramático. Mas faz sentido, se pensarmos a vida e a morte como sinónimos. Vive-se e morre-se a cada unidade de tempo.

2. "A morte é doce para quem a vida é amarga"
Autor: Campanella , Tommaso
Sim...

3. "Para se fazer um amigo, leva-se quase uma vida inteira. É preciso terem sido pobres juntos e, às vezes, felizes"
Fonte: "Così Parlò Bellavista" Autor: Crescenzo , L
Acho que também se pode levar uma vida inteira para perder um amigo.
Adriana: acho que aquela do terem sido pobres juntos foi uma indirecta! LOL

4. "Não tem amigos o homem que nunca teve inimigos"
Fonte: "Idylls of the King" Autor: Tennyson, Alfred
Sem dúvida. Faz-me lembrar aquela outra frase, que subscrevo literalmente: "O amigo de toda a gente só é amigo de si próprio" (Aveline, C.)

5. "Para salvar o crédito é preciso ocultar a perda"
Autor: La Fontaine, Jean de
Esta é das minhas preferidas. E chega.

6. "Não serve de nada atormentarmo-nos com uma coisa depois de a termos feito, a não ser para torná-la pior"
Autor: Périers, Bonaventure
Também não acho bonito fazermos merda e rirmo-nos por cima. Convenhamos.

7. "O que é um amante? Um instrumento no qual nos esfregamos para ter prazer"
Autor: Stendhal
Esta frase quase que tem som e imagem...


8. "Falta-nos o amor-próprio suficiente para nos não importarmos com o desprezo dos outros"
Autor: Vauvenargues, Luc de Clapiers
Brilhante.

9. "As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física"
Fonte: "Humano, Demasiado Humano" Autor: Nietzsche, Friedrich
Eu não me torno facilmente amiga de ninguém.

10. "Quando os meus amigos são vesgos, olho-os de perfil"
Autor: Joubert, Joseph
Óscar para o melhor argumento, mas nem nomeação teria para melhor filme... (se eu fosse a Academia e, obviamente, se isto fosse um filme)

11. " Se me obrigassem a dizer porque o amava, sinto que a minha única resposta seria: ''Porque era ele, porque era eu'' "
Autor: Montaigne, Michel de
Porque era ele e, principalmente, porque era eu...

12. "Os amigos das nossas amigas são nossos amantes"
Autor: Barney, Natalie
Olhe que não, olhe que não...

13. "O homem que só bebe água tem algum segredo que pretende ocultar dos seus semelhantes"
Autor: Baudelaire, Charles
Bonito. Agora eu não tenho segredos?

14. "Se a íntima angústia de cada um se lesse escrita na cara, muitos dos que inspiram inveja só fariam pena"
Fonte: "Melodramas" Autor: Metastásio, Pietro
Uma das preferidas...

15. "Dá-me veneno para morrer ou sonhos para viver"
Fonte: "Apoteose" Autor: Ekelof, Gunnar
A vida às vezes não chega...

16. "Cada um de nós é uma lua e tem um lado escuro que nunca mostra a ninguém"
Autor: Twain, Mark
É o mais interessante. Digo eu, que só conheço um...

17. "Tornamo-nos realmente adultos no dia em que conseguimos rir de facto... de nós mesmos"
Autor: Barrymore, Ethel
Não concordo nada com esta frase. Pelo argumento, pela forma como opõe criança/ adulto, por tudo.

18. "De quem nos ama, esperamos sobretudo de um pouco de tempo"
Autor: Bernanos, Georges
E quando não o temos?

19. "Quando se ama, a fidelidade nada custa"
Autor: Montherlant, Henri
Ouvi dizer... mas só ouvi mesmo dizer.

20. "Triste é o homem que só ama as coisas quando as perde"
Fonte: "Baol" Autor: Benni, Stefano
Triste e distraído.

21. "No amor, a autoridade é por direito daquele que ama menos"
Fonte: "Dix épines pour une fleur" Autor: Houdetot, E.
Vejo isso quase todos os dias...

22. "Se tu me amasses, e eu te amasse, como te amaria!"
Fonte: "Toi et Moi" Autor: Géraldy, Paul
Esta fez-me lembrar 2 coisas: as pessoas que não amam ninguém, mas querem ter alguém (quase à força) e uma amiga minha que, há algum tempo, me disse que só gostaria de alguém que gostasse dela.

23. "Se amas, perdoa; se não amas, esquece"
Autor: Baum, Vicki
Que vais fazer, Dri?

24. "Os ausentes fazem sempre mal em voltar"
Autor: Renard, Jules
É tão radical... mas eu quero tanto concordar...

25. "Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças ?"
Autor: Proust, Marcel
Acho que esta é provavelmente a mais romântica (no sentido do ideal) frase de todas.

26. "A loucura é o sonho de uma única pessoa. A razão, é sem dúvida, a loucura de todos"
Autor: Suarés, André
Porque é que eu nunca consigo comentar as minhas preferidas?

27. "Temo mais os nossos erros que os planos dos nossos inimigos"
Autor: Péricles
Brilhantíssimo.

28. "O tempo apenas destrói o que é real"
Autor: Grenier, Jean
Esta frase come-me a cabeça toda. Sinceramente. Quando penso que lhe arranjei um sentido...

29. "Devem ser evitados os tristes de que tudo se queixam"
Autor: Séneca
Às vezes tenho medo de cair nisso... outras, devo cair realmente.

30. "A recordação da felicidade já não é felicidade; A recordação da dor ainda é dor"
Autor: Byron, Geroge [Lord]
Depressivamente verdade?

40. "Ser 'normal' é o ideal dos que não têm êxito, de todos os que se encontram abaixo do nível geral de adaptação"
Autor: Jung, Carl
Dri! Yung! Yung! Este eu trato por tu.

41. "Em toda a adversidade do destino, a condição que gera mais infelicidade é o facto de se ter sido feliz"
Fonte: "O Consolo da Filosofia" Autor: Boécio
Lembrei-me de ti, JT. Mas não está cá "só" por isso.

42. "Tem ideia de quanto mal nos fazemos por essa maldita necessidade de falar?"
Fonte: "Ciascuno a suo Modo" Autor: Pirandello, Luigi
Esta é a papaia mais pequenina...

43. "Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo"
Autor: Wilde, Oscar
Não vou dizer nada, não quero ser mal-interpretada. Merda, já disse. Não me interpretem mal!

44. "Quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana"
Autor: Yourcenar, Marguerite
Se estiver resolvido, né, Marguerite? (mas boa bola, miúda!)

45. "Se esses ontens fossem devorar os nossos belos amanhãs?"
Autor: Verlaine, Paul
Tinha de ser Paul, né... Obrigada, post! Brilhantíssimo, a roçar o perfeito.

46. "Não há nada mais torturante para o homem do que os seus próprios pensamentos"
Fonte: "O Demónio Branco" Autor: Webster, John
Há. Partilhá-los e viver com o arrependimento. E depois, lá está, viver com esse pensamento.



Duvido que alguém, além de mim, tenha lido este post até ao fim. Demorei quase 3h para o escrever... O juízo não abunda. Desculpa, Dri. Sei que detestas estas merdas: frases, letras de músicas e poemas de "outros".. Mas, que caraças, o blog é meu. E há muita gente com quem podemos aprender. Ou simplesmente falam a nossa língua. E até era bom que ninguém lesse isto.

Além da Auto-Destruição

Há alguém que me consiga ver além da auto-destruição?
Quem perceba que uma pessoa pode não querer ter um blog dito romântico, em que, como diz uma grande amiga minha, "as pessoas escrevem para os outros"... quase que para as palmas... (acho óptimo, para quem não tem medo de palmas - para mim, não confere.)

O meu blog acaba por ser igual a todos. Não é mau. Tem um título único (merdas incontornáveis), mas trata-se mesmo de só mais uma pessoa a escrever coisas, merdas, pedras... alguém a jogar com as palavras...
Tenho pena de me ver a escolher palavras, aqui. Gostaria de estar bem a cagar para os pensamentos dos outros. Bem, para os de algumas pessoas, estou. Mas o objectivo é generalizar, gradualmente ( a pressa é inimiga da outra...), a concretização deste desejo. Acho que era bem mais feliz se o conseguisse. (E abro aqui uma pequena nota, exactamente para exorcizar este meu pecado pessoal: cagar nos pensamentos dos outros não é cagar nas pessoas, é simplesmente evitar que aquilo que pensam nos afecte.)

Inicialmente, pensei (burramente, como me costuma acontecer...) que ia fazer maravilhas com este Desenho Perfeito... Qual quê... quanto mais pessoas o leram, menos catarse e exorcismo consegui fazer com ele... Hoje em dia arrependo-me. Acho eu. Ah, e aquilo de pensar que ia fazer maravilhas com o blog foi um exagero. Eu não sonho tão baixo. Nem alto. Será que sonho?

Não sei. Sei o blog que não quero ter. Mas acho que este Desenho dificilmente vai ter os meus traços interiores... Consigo ver os meus amigos/ conhecidos nos seus respectivos blogs, mas gostava de os ver além do que eles querem, muito além do que "conseguem", mostrar. Tal e qual como eu queria que me vissem. Além deste esboço de Auto-Destruição.

quinta-feira, junho 23, 2005

Novos Caminhos

Vim mais cedo para Viseu. Há alturas em que Coimbra não chega. Há alturas em que precisamos de sair de casa. E vir para outra.
Vim a tempo de ter o prazer de assistir à festa dos alunos finalistas, do 4º ano, do meu irmão mais novo. E agora vêm as associações livres habituais:


Gostei tanto daqueles baixinhos todos...
Gostei de os ver a partir o local todo...
De os ver assobiar os colegas que eram de outra turma do 4º ano
Adorei quando fizeram asneira e levaram um sermão do prof. de música... as carinhas deles...
Adorei quando, 2 minutos depois do sermão, já estavam a atirar coisas uns aos outros outra vez!
Gostei das flautas desafinadas, dos xilofones um poucochinho desencontrados... das vozes, de início tímidas e, no refrão, completamente estridentes...
Até os encontrões que levei durante a tarde souberam bem...
E, já agora, o lanche, no fim da festa...
Não gostei das meninas vestidas como se fossem para a noite...
Não gostei dos meninos que gozam com os outros meninos...
Não consegui deixar de olhar para alguns deles e tentar adivinhar como serão quando forem um bocadinho maiores...
Não sei bem o que sinto, agora que penso que consegui ver ali adultos de todo o tipo ( e, sim, Adriana, pensei logo naquela célebre frase do Watson que é suposto saberes qual é...)
Vi lá uns olhos verdes lindíssimos...


Ainda bem que estive lá.
Ainda bem que, desta vez, estive lá.
Ainda bem que, desta vez, fiz por estar lá.
Ainda bem que, desta vez, fui uma das pessoas que o Ricardo procurou, durante a festa, por entre a multidão.
Foi tão bom encontrar aqueles olhitos escuros, no meio da confusão... como quem dizia... "Mana, estou aqui... Tás-me a ver?"

Tenho muita pena de o ter perdido, no tempo. De não ter estado lá, nos pequenos momentos em que ele se fartou de aprender e crescer.
Tenho pena se sou uma irmã de fim-de-semana. É muito do que eu não quero ser.

"Vais descobrir novos caminhos e eu espero que sejas muito feliz..."
- mensagem da prof. do meu mano, aluno finalista do 4º ano -


*Ainda não foi desta que me deixei chorar e tinha sido tão fácil*

Rapidinha

Apetece-me estudar. Tenho merdas para fazer, mas só quero fazer o que não tenho que fazer.
Tenho um relatório para fazer e quero estudar. De preferência, conteúdos que nada tenham a ver com o meu relatório. E com CPS II.
Eu só queria estudar qualquer coisa, que não isto.

sábado, junho 11, 2005

Aprendi

Quando perdi
Quando doeu
Quando passei por cima do orgulho
Quando li
Quando ouvi
Quando olhei, outra vez , com atenção
Quando me esticaram uma mão à qual eu nao esticaria a minha
Quando fui eu a fazer-me infeliz
Depois de dormir uma noite inteira
Depois de me mostrarem outra forma de ver as coisas
Depois dos preconceitos
Depois do que me acalmou
Depois de eu ser sincera
Depois de ter errado
Depois de ter chorado
Depois de nós
Com o devido tempo
Com o meu vazio
Com a tal da chuva
Com a noite.
Com o nojo
Com a traição
Com a multidão,
Com a nudez
Com a dura solidão
Com o nada da rejeição
Com os outros
Com os olhares dos outros,
Com a escola
Com o que a mãe disse
Connosco
Contigo...
Comigo

O meu Fantasma

O meu Fantasma faz-me escrever como se mais nada existisse. Como se ele fosse a minha vida. Como é que o deixei levar a minha vida?

Apetece-me agarrar todas as unidades de tempo. Marcá-las com a minha dor. Deixar nelas todas as palavras que nunca poderão sair. Agarrá-las, torturá-las... só para poder respirar. Pegar nos segundos, esticá-los, amordaçá-los aos minutos, fazer deles grandes espaços vazios. É como o tempo que está lá atrás...

Um Fantasma não morre?

Como perdi eu os dias? O Sol morreu porquê? Como passei a crescer sozinha no escuro? Como é possível a Luz retirar-me vida, os dias serem torturas até ao fim das tardes... e eu gostar do mal que me traz o resto de tudo?

O meu Fantasma pegou em mim, um dia. Leu-me quase completamente. Leu-me até onde pôde e soube, até onde mais nada se escreveu sem borratar.
Dá cabo de mim, perder a garra, perder a força, cá dentro. Dói tanto... eu era tão diferente... Parei no tempo, perdi vida, perdi a vontade de ser como me fui fazendo para ser...
Sugaste-me vida, tiraste-me alimento... fizeste de cada dia só mais um dia de sede...
A noite toma conta de mim. Abraça-me, sempre que me caças de novo, sem dares conta... Agarro-me a ela... perdendo gotas de vida.

Vivo das gotas de vida que o meu Fantasma leva de mim e torna suas.

... já não sei se há

Mais uma vez, vou-me enganar. Gosto de ver como reparo, tão notavelmente, que os outros se enganam e depois falo sobre isso como se pudesse apontar o dedo. Não quero, nunca queremos, mas por mais que queiramos apenas "comentar", estamos a apontar-lhes o dedo. A dizer: "fizeram isto, fizeram-no mal".

Agora olho para mim a enganar-me com a maior das máscaras. Toma lá, tás a ver quem sou?, tás a ver a máscara feliz que eu tenho?, tás a ver-me a cara... mas não te deixo ver-me os olhos. Olha como eu não sou, olha o que te quero mostrar, olha como sei mostrar-te exactamente como gostaria de estar. E consigo. Consigo-o tão bem, tão bem... Eu consigo enganar-me bem. Só isso. Nem sequer importa o que os outros veêm, se a cara feliz, se as minhas trombas, se os olhos choram, se não conseguem chorar... Não vale nada, quando é uma luta minha.

E bato-me, ensanguento-me, bato-me com força... Já quase não dói nada, já quase nada sinto, já quase não há nada a sair de cá de dentro...

Toma. Pega nesta máscara. Nem notas, pois não? É igual, para ti... nunca me soubeste ler... nunca te deixei ler... Mas há quem leia.

Resposta

Para todos os que acham que não faz sentido transcrever palavras de outrem para um blog que é "nosso"... Concordo, mas discordo.

Tenho pena e não respondo.
Mas não tenho culpa enfim
De que em mim não correspondo
Ao outro que amaste em mim.

Cada um é muita gente.
Para mim sou quem me penso,
Para outros --- cada um sente
O que julga, e é um erro imenso.

Ah, deixem-me sossegar.
Não me sonhem nem me outrem.
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?

____________________________
Fernando Pessoa, obviamente...

Recaídas

Queremos cair ou caímos e não queremos?
Como é?

sexta-feira, junho 10, 2005

Os bons

A vida é mesmo irónica. E perversa. E, nada curiosamente, somos todos nós que a fazemos assim. É um esforço conjunto, que as ditas "boas almas" (a minha contribuição para o exercício global) ignoram por hábito, por auto-convencimento e porque sim, porque ser "belo e bom" faz parte daquilo que querem mostrar aos outros. Acho que acham que só podem ser assim. São belos e bons e os outros têm de ver isso. E, se não veêm isso à força, não prestam.
Falei em ironia, porque acho que os "bons" se auto-lixam, se auto-enrolam com a mesma facilidade com que se enganam.

Chega. Detesto-me por tudo o que acabei de escrever. Mas tinha mesmo de ser.

domingo, junho 05, 2005

Porque não voar?

Porque não?
Não quero asas, nem chegar ao topo... eu até tenho medo de alturas... só quero voar... tirar, durante um bocadinho, os pés do chão. Porque penso demais (em quantidade)... e isso faz-me ter pés de chumbo... ando colada à terra... e estou no direito de querer algo diferente para mim. Pelo menos de o desejar. Na minha cabeça, e aqui.
Tenho tentado sonhar (voar), tenho tentado não cair... valha-me o facto de saber que, a cada vez que caio, me posso levantar.
Ainda aqui estou. Pois que caia até voar.

sábado, junho 04, 2005

O poema mais sincero

Tantas palavras que posso dizer
na linha do meu pensamento,
mas como posso prometer
o 'para sempre' - alimento?

O para sempre te querer,
sem saber falar de tanto!
Gostar do desconhecer
e não saber ainda o quanto...

O poema mais sincero
cai da minha ignorância...
É o efeito do que espero
ser da alma concordância.
___________________

Adaptado de esyanA, Fevereiro 2004

Mata-me Outra Vez

Fala-me um pouco mais
Era tão bom ficar
O mal é que eu já não sei quem eu sou
Eu não sei se eu sou capaz
De me ouvir

Fala-me um pouco mais
Era tão bom subir
E dar o que eu nunca dei a ninguém

Sei que é bom teu travo a tudo
O que é mortal
Agora
Mata-me outra vez
Era tão bom direi

Tudo tem um fim
E aqui não há
Ninguém que possa ter o mundo
Para dar.
Se um dia voltar,
Vai ser só mais uma forma
De me ausentar
Daquilo em que eu não
Quero pensar

Já tudo teve um fim
Já que eu
Estou por cá
Eu digo como é fácil
Para mim se já não dá

Sei que é bom teu travo a tudo
O que é mortal
Agora
Mata-me outra vez
Era tão bom direi

Paro de andar
Paro pra te ouvir
Paro para ver se é bom pra mim
Se é melhor do que uma vida
Tão só e prenha de ninguém
E vejo que é bom dizer
Paro pra te ouvir
Mas foi só
Para ver
Se o futuro é para nós
Para quem tem o mesmo mal de
Não saber amar
Falo que
Pensar em mim
É cura e faz-me acordar

Ou dormir

Fala-me um pouco mais.
Era tão bom subir
E dar o que eu nunca dei a ninguém

Sei que é bom teu travo a tudo
O que é mortal
Já agora
Mata-me outra vez
Era tão bom, direi

Ornatos Violeta

"Cada vez que tento voar, caio"

Dei uma volta por aqui. Vi tanta coisa. Vi mais Florbela, vi duas pessoas que deviam ter um só blog, vi bocas e indirectas, vi recados para alguém que toma conta de alguém que me é importante. Vi meninas de 15 anos a crescer. Vi-me a crescer com elas. Vi mais poemas. Ouvi uma música dita foleira. Vi que a música foleira me ajuda a escrever. Vi a minha página. Sinto que hoje não consigo escrever sem ser pelas palavras dos outros. Da poetisa. Penso em várias pessoas ao mesmo tempo. Sinto saudades de uma, sabendo que a saudade da outra não posso sentir, porque nunca me largou e nunca a larguei. Penso em comentários de blogs. Dói-me a barriga, de nojo. Penso em comentários de blogs muito específicos. Penso no messenger e naquilo que ele nos dá e nos tira. Penso no tempo que perco em frente ao computador. Penso que o que faço agora foi o melhor tempo passado aqui, neste tempo em Viseu. Penso que troco as pessoas por aquilo que querem dizer, através de um computador. Penso neste écran e lembro-me de uma grande bebedeira. Vem-me à cabeça a facilidade com que se fala com quem não se conhece, quando se bebeu além do limite. Agora olho para o computador e lembro-me que cada janela aberta é mais um copo, é mais um passo além da sobriedade. E lá falamos, e lá nos afastamos daquilo que seria a realidade. Olá, tudo bem, o que é que fazes, o que estudas, porque é que não estás bem, já viste o que escrevi, tás ocupada?, porque é que estás tão calada, porque é que não respondes, porque é que não comentaste a minha foto, tens namorado?... Penso que há tantos vícios que descuramos... penso que há tanta gente enganada... Penso num cigarro. Penso nas pessoas que o reprovam. Penso no ridículo. Penso em mim, penso em ti. Penso que nunca estiveste comigo. Penso que quem sempre esteve, nunca teve o que tu tiveste. Penso nas asneiras que o teu nome me faz trazer à língua. Penso que não há razão para isso. Exacto. É a vontade. Sinto que o buraco cheio de vazio que ficou, sempre existiu. Porque o enchi de ti, porque tu saíste e ele ficou. Porque se nunca o preenchi de mim, foi sempre vazio. Se nunca te vi em mim, se nunca me dei e me tirei de ti, nunca poderias cá ficar. Porque sabes que foi sempre assim. Porque me davas e eu tirava, porque tiro sem te dar... e me davas cada vez menos em cada exercício de ingratidão. Penso que cheguei a ti através de um assunto trivial. Penso que poderia ter chegado até ti através de qualquer outro assunto de merda. Penso que o meu tu, neste texto, pode ter vários nomes. Reparo que a única pessoa para quem estou a escrever sou eu. Reparo que vou lançar este meu pedaço aos lobos. Penso que posso bem cagar nisso. Penso que gostava de estar alheia a tudo. Melhor, que tudo estivesse alheio a mim. Perfeito: os 2. Penso que gostaria, apesar disso, de 15 minutos do tempo do mundo para mim. Penso que gostaria de conhecer todas as pessoas do mundo. Penso que poderia amar muitas. Penso que isso é impossível, porque tenho medo de andar de avião. Penso em trazê-las todas a Portugal. Precisaria de mais de 6 biliões de dias para me concretizar. Penso que sempre terei alguma dificuldade em ser feliz. Penso que quem pensa demais, é menos feliz. Penso naquilo que me poderia fazer pensar menos. Vem-me à cabeça um traumatismo craniano e dá-me vontade de rir. Contorço-me, para não rir. E rio-me, sem poder evitar, apenas por ter pensado nisso. Penso em consequências. Em riscos. Penso na efemeridade... Penso em ti. Penso no que poderás estar a fazer. Acho que estarás a tentar arranjar algo para fazer. E tu vais estar a ouvir música, a tocá-la ou a pensar no teu próximo filho. Penso em quando o vou ter nos braços. Penso que me inquieta esse filho, o ele n ter nenhuma parecença minha. Ter lá o meu sangue, na tua foto e nas tuas palavras, a correr. Penso que este código só lê quem me ler. Penso na música que estou a ouvir agora. Não sou uma agarrada. Mudei-a. Penso no que pensará o meu cão quando está a tomar banho. Penso que muitas pessoas acham que ele não pensou nada. Penso no meu cão, a abanar-se todo, a sacudir a água, depois do banho. Penso nele e na vontade que deve ter tido de correr dali e ir esfregar-se na terra... Penso que gostava de ser assim. No fim do dia, cair no preto, deixar sair o branco e limpar-me na minha terra. O que é que eu estou a fazer, se eu não pertenço aqui? Penso que poderia aqui por tantos poemas. Acho que encontrei uma maneira de os aqui por, sem ser pelas palavras dos outros.

Sem remédio

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!


Florbela Espanca

Canção Grata

Por tudo o que me deste
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca
Noites de insónia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste
Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Florbela Espanca

3 histórias

Um velho peregrino percorria as montanhas dos Himalaias no pico do Inverno.
Quando chegou a uma mísera estalagem, chovia torrencialmente.

- "Como conseguiste chegar até aqui com este tempo?" - perguntou o estalajadeiro.

Ele respondeu, alegremente: "O meu coração chegou aqui primeiro, depois ao resto
de mim foi fácil fazê-lo."
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- "O meu amigo não regressou da batalha, Senhor. Dai-me permissão para o ir procurar..."

- "Nem pensar! Não quero que arrisques a vida por um homem que provavelmente está morto." - respondeu o oficial.

O soldado desobedeceu e foi procurar o seu amigo. Acabou por regressar ao fim de algum tempo, mas ferido gravemente e com o cadaver do seu amigo às costas. O oficial estava furioso: "Que estúpido és. Disse-te para não ires. Agora, em vez de um homem morto, tenho dois. Merecia a pena teres ido?"

- "Claro que sim, senhor" - disse o soldado moribundo - "Quando o encontrei estava vivo e poude ainda dizer-me: 'Sabia que virias' ".

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Juiz para o réu: "Declaro-o culpado e vou condená-lo a 150 anos de prisão; tem alguma coisa a dizer?".

O réu, um homem já idoso, começa a chorar num pranto. O juiz mostra uma expressão de indulgência e diz: "Está bem, não serei tão cruel pois a pena é severa. Como você já é um homem de idade, não a terá de cumprir na totalidade.

Os olhos do réu acenderam-se com um brilho de esperança: "E qual será a pena?" -perguntou.

- "Olhe, limite-se a cumprir os anos que puder."

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Anthony de Mello

sexta-feira, junho 03, 2005

E eu que odiava o Torga...

"As pessoas afivelam uma máscara, e ao cabo de alguns anos acreditam piamente
que é ela o seu verdadeiro rosto. E quando a gente lha arranca, ficam em
carne
viva, doridas e desesperadas, incapazes de compreender que o gesto
violento foi
a melhor prova de respeito que poderiamos dar."

Carta

Tenho saudades tuas. De mim, em mim, por te ter a ti. Dos dias dessa altura, dos tempos que agora eu só posso lembrar. Fica o porquê, se o que dói é a não-rotina... se a novidade é tudo aquilo que eu não queria.

Tenho saudades tuas. Por seres o alguém-não-alguém que me pôs em contra-mão. Por me acordares agora. Por me fazeres voltar a casa mais cedo. Por me tirares um pouco de vida. Por me trazeres o vazio. Por ter a oportunidade de ser outra diana à força.

Obrigada, Rita. As oportunidades sempre se criam. À força, conta?

Uma Vida Simples

Consegue ser tudo o que eu sempre quis e nada daquilo que eu algum dia precisei.
Quero não pensar, para não sentir...

Uma pergunta...

Porque é que uma pessoa vai/ vem mais cedo para casa?

Gosto e não gosto (parte 2)

Gosto do simples. Gosto do que é objectivo. O subjectivo fascina-me tanto quanto me agonia. Gosto de rabiscar. Gosto de desenhar o meu abstracto... Gosto de escrever sobre mim. Gosto de falar comigo. Gosto de ti. Gosto da forma como gostas de mim. Gosto de te ter perto, sem me teres perto. Gosto de te amar, sem te deixar chegar perto. Não gosto das minhas defesas. Não gosto de mim sem as minhas defesas. Não gosto de mim, sem ter aquilo que não gosto em mim.

Gosto da ideia daquilo que és. Gosto de abraços. Gosto dos teus abraços. Não gosto do tempo. Não gosto de lembrar. Não gosto de esquecer. Gosto de te tocar. Gosto de estar aqui e saber que não vou cair. Gosto de olhar para trás e saber que estás lá. Não gosto de olhar em frente e ter de te deixar para trás.

quinta-feira, junho 02, 2005

Fugir

Que semana... sem paz nenhuma... sem descanso... a cabeça não parou de fugir ao que só quer fugir... e quando não se pára de correr de uma ideia, imagem ou palavra... parece que mais depressa se tropeça nela... Não me sai da cabeça esta fuga maldita...
Queria tanto ter a cabeça livre para pensar em futilidades... queria tanto a minha vida simples... queria tanto não ter de correr para onde corro... queria tanto poder caminhar...

Gosto e não gosto (parte I)

Gosto de gatos, de Ornatos, de dormir muitas horas seguidas, da sensação de irresponsabilidade de estar bêbeda, de mousse de chocolate caseira, de pêssegos em calda fresquinhos, de pessoas estranhas, de cães, de cinema, de café, de conversas de comer a cabeça, de estar à lareira quando está frio, do escuro, de estar sozinha quando estou triste,de estar quieta no meu canto, de Queen, massagens nas mãos, roupa preta, documentários sobre animais, de rir, de chorar, do céu à noite, de amores inconcionais, das minhas amigas, de cantar, de escrever para mim, de controlar as situações, de mitologia, do cheiro a terra e de vidas simples...


Não gosto de chuva, de sangue, de muita luz, de bananas, de sabichões, vira-casacas, moralistas, preconceituosos, de macacos, da mentira, de pensar, de ver tv, de dançar, da maior parte da fruta, vodka, surpresas, chá, pessoas antipáticas, de me sentir observada e de ter uma vida complicada...

O Fim

Pois é...
É como se estivesse a chegar à altura de pôr fim a várias coisas na minha vida... O estágio, a vida universitária, algumas pessoas...
Incrívelmente, ou não, parece que o deixar Coimbra acaba por fazer finalizar tanta coisa em mim. É o fim do sonho "Coimbra"?